Vivemos sob a lógica do acúmulo: precisamos ter imóveis, carros e até diferentes versões de um mesmo objeto para nos sentirmos completos. Às vezes, fazemos compras no automático, sem refletir a própria vontade e até sobre a necessidade de adquirir um novo item. Com as pautas sustentáveis permeando as notícias e até os debates do dia a dia, estamos começando a absorver a ideia de que é preciso comprar menos – e melhor.
Façamos uma reflexão: quantas camisetas brancas você possui no armário? Não vale responder que uma tem uma gola V e a outra arredondada, e nem que a outra possui a estampa da sua banda de rock preferida. Consultores de moda reforçam que peças similares passam “o mesmo efeito visual”. Nesse sentido, que tal substituir uma coleção de cinco, por exemplo, por duas de qualidade, em materiais duráveis?
Essa decisão, porém, precisa passar por um despertar e pela construção de uma consciência. Quem tem o hábito de acompanhar veículos e produtores de conteúdo de moda está sempre por dentro dos novos lançamentos e das tendências que despontaram nas semanas de moda. A sabedoria está justamente em saber filtrar o que vai ser incorporado ou não na sua vida.
A coleção Pink PP, da marca italiana Valentino, trouxe todas as peças tingidas em um mesmo tom de rosa choque. Se você é do time das cores neutras, por exemplo, essa tendência pode não ser para você: o que não significa que você não possa gostar das roupas apresentadas pela etiqueta.
Consumir de forma consciente é um processo. É preciso pesquisar sobre os itens e as empresas, mas sobretudo entender as próprias necessidades e o próprio gosto. Investir em uma bolsa de couro de uma marca legal, que vai durar por anos a fio, é melhor do que comprar várias versões do acessório em lojas de fast fashion que se desgastam rapidamente com o uso. É uma jornada que envolve sustentabilidade e até autoconhecimento.